quarta-feira, 4 de julho de 2007

O duelo das cores

Da leitora Esfinge, recebi o seguinte e-mail:
"Hoje, num rasgo de ousadia, resolvi escrever para este espaço novo que me permite em poucas palavras colocar o meu protesto fora da alma.
Identifico-me como Esfinge e vivo na Beira quase desde que me conheço, amo as suas rotundas e os contrastes que esta bela cidade enquadra. O que sempre gostei foi de apreciar a lufa-lufa das pessoas nas ruas do comércio. O entra e sai de gente falando várias línguas e gritando suas necessidades, o barulho dos vendedores ambulantes que se perdem nos passeios disputando lugares com os logistas, as cores vivas das lojas da Baixa e do Maquinino, as alegres tascas Goto com nomes populares e criativos, as barracas coloridas e cheias de reclames das mangueiras (zona da Manga), enfim uma diversidade de tons e aromas.
Entretanto, um estranho fenómeno tem vindo a acontecer, para atrapalhar essa rotina tão minha, no trajecto entre o trabalho e a casa, noto este colorido sumir a cada dia que passa, os rosas, vermelhos, lilases, laranjas e outras cores desaparecem dando lugar a um duelo de apenas três cores que se sobrepõem a todas as outras que se deixam anular.
O “azul vodacom” e o “amarelo e verde Mcel” tomam conta de tudo...
Os logistas já não pintam as suas lojas nas cores habituais... Tudo está azul, amarelo e verde.
Os painéis publicitários já não apresentam novidades coloridas e bem dispostas... Tudo está amarelo, verde e azul.
Lojas, barracas, muros das praias, a muralha, as pensoes... Tudo azul, amarelo e verde.
O que foi feito do arco-íris anterior? Valerá a pena sair de casa e saber que mesmo de olhos fechados a Beira agora tem cor determinada?
E pensar que comemoramos este ano o centenário da cidade, melhor... da cidade azul, verde e amarela..."

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